Boleragem Camisa 10

Kleber não aceita a palavra "briga" para definir o imbróglio que envolveu as dores que disse sentir na coxa esquerda que adiaram a realização do jogo que vetaria sua transferência em meio à oferta do Flamengo. Durante o caso, o atacante questionou até o caráter do vice-presidente Roberto Frizzo. Mas o que restou foi só uma multa em seu salário como pena por ter faltado a um treino na semana passada. O que ele concorda apenas em partes.
"Fui avisado de que vou tomar e tenho que tomar multa mesmo, porque deveria ter olhado a programação. Mas a maioria não tem esse hábito. Isso aconteceu diversas vezes, não só comigo, e não lembro de ninguém ter tomado multa", chiou o Gladiador, que nem deve reclamar com a diretoria, de quem ainda se sente distante.
"Nunca fui tão próximo à diretoria e também não sei se tenho que ser", argumentou, sem minimizar tanto sua relação principalmente com Frizzo. O jogador não concordou com a maneira adotada pelo dirigente para resolver o seu problema enquanto o presidente Arnaldo Tirone viajava e se irritou ainda mais quando o vice-presidente afirmou que ouviu da boca de Kleber a vontade de sair do Palmeiras.
"Quando eu disse que ele era mau caráter e covarde, acho que peguei pesado porque não o conheço fora daqui. Já pedi desculpas, mas ele agiu errado comigo também. Por mais que negue, sabe exatamente o que conversou, prometeu e o que fez", apontou. "Tudo poderia ter sido resolvido internamente, tranquilamente. Cada um teve sua reação, entendeu o melhor para si e deu no que deu", continuou.
Com o elenco e a comissão técnica, o camisa 30 reforça ter excelente ambiente, tanto que voltou a ser capitão logo no primeiro jogo após a confusão. Entre os profissionais que lida no dia a dia, assegura ter se acertado com os médicos, principalmente Otávio Vilhena, com quem conversou para avisar que sentia dores antes do jogo contra o Santos mesmo tendo aval médico para atuar.
"É o melhor departamento médico que já tive na carreira. Tanto eu quanto eles agimos errado, eu poderia ter conduzido de uma forma diferente, ter esperado mais, ido à concentração para conversar com o médico", enalteceu, sempre deixando claro que não é o único errado na história.
"Eu seria errado se saísse do Palmeiras direto para um hospital ou uma clinica para fazer o tratamento. Falei ao médico que gostaria de fazer o exame e que ele marcasse, passei meu telefone. Ele falou que seria difícil de marcar em um sábado e não me ligou. Fui fazer o exame até para saber como estava minha saúde", contou o atleta, que optou por se examinar fora do clube naquele dia.
Tratamento à parte, o fato é que Kleber se mostrou totalmente recuperado da lesão muscular e ficou em campo durante todo o jogo contra o Flamengo, na quarta-feira. E promete se manter como o Gladiador que pouco desfalca por contusões até o fim do Brasileiro, já que não é mais possível disputar o torneio por outra equipe.
"Não senti dor. Fiz exame na sexta-feira, deu um pouco de edema e fiquei preocupado. Tentei me segurar nos treinamentos para não doer mais, fui me sentindo melhor e já estava pronto para jogar, como joguei. Só senti cansaço e até câimbra no segundo tempo", relatou o atacante, já escalado para enfrentar o Fluminense no domingo, em Volta Redonda.