Mesmo sem um cargo no futebol, Zagallo não muda seu jeito ao completar 80 anos nesta terça-feira. Homenageado pelo Botafogo no final de semana ao dar o pontapé inicial do clássico contra o Vasco, o Velho Lobo demonstrou a alegria de sempre e a satisfação por ser "pé quente" - o Glorioso ganhou o jogo por 4 a 0. Trata-se de uma figura admirada e respeitada por todos.
"Devo muito a ele. Em 1969, eu tinha sido cortado da seleção pelo João Saldanha (técnico), mas o Zagallo assumiu o cargo e me trouxe de volta porque tinha confiança em mim", desabafa o ex-goleiro Félix, campeão mundial de 1970 sob o comando do Velho Lobo.
Autêntico, Zagallo nunca teve vergonha de seguir as suas convicções - dentro do gramado ou se apegar à famosa superstição do número 13. Ainda assim, a sua competência é provada com as sete participações em Copas do Mundo, com quatro títulos - dois como atleta (1958 e 1962), um como técnico (1970) e finalmente um como coordenador (1994).
"Por mais que tenham pessoas que o critiquem, eu penso no legado deixado pelo Zagallo ao futebol brasileiro, foram várias Copas do Mundo, títulos. Temos que respeitar pelo trabalho que fez. Ele foi um vencedor", define o ex-atacante Paulo Sérgio, integrante do grupo que conquistou o tetracampeonato mundial da seleção brasileira em 1994.
Independentemente dos grandes resultados - na função de jogador, técnico ou coordenador - também apresentados em clubes como Flamengo e Botafogo, Zagallo ganhou a simpatia dos torcedores por sua paixão pela camisa verde-amarela. Ele deixou momentos marcantes como treinador e nunca se acovardou mesmo sob as críticas. "Vocês vão ter que me engolir", bradou após vencer a Copa América de 1997, em uma cena que ficou eternizada.
A personalidade forte do alagoano Zagallo - nascido em Maceió - também não suportava provocações. Em um amistoso contra a África do Sul em 1996, ele viu o técnico adversário comemorar com "aviões" dois gols seguidos de seu time. Quando o Brasil virou o jogo, veio o troco: o Velho Lobo abriu os braços e fez o mesmo avião dentro do campo.
Por fim, Zagallo também nunca teve vergonha de derramar lágrimas pela seleção. Na semifinal da Copa do Mundo de 1998 na França, o treinador chorou ao comemorar a dramática vitória nos pênaltis contra a Holanda, em mais um dia de glórias do goleiro Taffarel, um dos homens de confiança do técnico na ocasião.
"Você sentia que o Zagallo tinha um amor especial pela seleção. Era um técnico que usava isso para trabalhar a parte psicológica dos jogadores, conversava bastante com os atletas. Em 1994, ele dava mais atenção à parte de relacionamento do que a questão tática", recorda Paulo Sérgio. Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
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